sábado, 29 de dezembro de 2018

4 anos, 650 posts.

Fez ontem 4 anos que o blog nasceu.
E, ao longo destes últimos 365 dias, a verdade é que o blog permaneceu numa espécie de coma: 10 míseros posts! Chega a ser ridícula a comemoração, eu sei, mas paralelamente a este coma a comunicação pelas stories do Instagram tem sido quase diária.

Isto e um ano de 2018 que não vai deixar saudades fizeram-me ponderar o encerramento do blog. De facto, era o que eu estava a pensar em comunicar ontem aqui: despedir-me deste espaço e, quiçá, ficar-me pelas stories. Não perguntem porquê, mas não consegui. Lembrei-me das vezes que me perguntaram se não voltaria a escrever, lembrei-me do feedback (divertido, carinhoso, de apoio...) que fui recebendo ao longo destes 4 anos, 650 posts e muitas mais interações nas redes sociais, lembrei-me que até tenho uma hater (lembram-se?!)... e, de repente, não fez sentido encerrar o blog.

Mudei-lhe um bocadinho o rosto (para já) e surgiram por aqui algumas ideias. Isto e uma grande vontade de escrever. Ao contrário dos anos anteriores, a celebração faz-se recatada e no dia 29. Supersticiosa como sou, decidi banir o número 8 da minha vida.


Apesar de tudo, parabéns e um enorme obrigada a todos os que continuaram desse lado!

* Se tudo correr bem, para o ano temos confettis e a Maria Leal na festa de aniversário do blog!

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Sempre Setembro.

O meu ano novo, como muitos já sabem.
Desta vez, sem resoluções, planos ou grandes ideias.
Apenas um desejo: que haja caminho.

*e café. e livros.

* "Descomplica", da querida Sofia Castro Fernandes (autora do blog "às 9 no meu blog")

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Desculpem incomodar...posso comprar?!

Photo: Google
Ir às compras (ainda que não se compre nada) pode ser uma atividade com efeitos terapêuticos, especialmente para o público feminino. A pessoa passeia e desanuvia, enquanto deita o olho num monte de coisas que rapidamente a fazem esquecer dos problemas do dia a dia. Em alternativa, a mente (pre)ocupa-se apenas com a árdua tarefa de aumentar a lista do “Preciso disto na minha vida!” e durante umas horas as chatices ficam na gaveta.

Ora, isto tudo é muito bonito, quando este momento terapêutico não se torna num pequeno inferno. De que estou eu a falar, perguntam vocês?! Do famoso racionamento comercial que toda a gente, pelo menos uma vez na vida, já teve o prazer de experimentar: falo do número limite de peças que o cliente pode levar para um provador. Não sei quanto a vocês, mas isto a mim mexe-me com as entranhas!

Voltando ao início. Eu sou daquelas pessoas que gosta de ir às compras, não como entretenimento do género “deixa-me lá esticar as pernas, enquanto decoro pela milésima vez a coleção da Zara”, mas sim para comprar, porque de facto procuro algo. Ou seja, não tenho paciência para andar a experimentar só para conhecer - este tipo de relação tenho com a gastronomia (Inês, se estiveres a ler isto, refiro-me a legumes, claro). Com a roupa, havendo química, entramos logo em união de facto, se a carteira assim permitir. Logo, quando eu vou para o provador com metade da loja às costas, já investi muito tempo na seleção e procuro uma relação séria (ou várias)!

Cheguei à conclusão que esta atitude não é bem vista pelo comércio massificado. Uma pessoa chega com o carrego todo e leva logo com aquele olhar da funcionária, como quem diz “Olha para esta badalhoca que quer ir com isto tudo para o provador sabe-se lá fazer o quê! Isto é uma casa de respeito!” ou noutros casos fazem aquele olhar desconfiado como quem diz “Olha, olha...esta quer enganar-me e enfiar três macacões e quatro pares de stilettos dentro dos bolsos, para sair daqui sem pagar!”. Como não podem verbalizar o que vai na mente, reproduzem apenas o ensinamento: “Só pode levar 6 peças no máximo”. E uma pessoa vê-se de repente com a necessidade de fazer escolhas, quando há já todo um encadeamento de looks na seleção feita! Perante o stress da cliente (que parece ter tirado o dia para ir ali importunar), ainda acrescentam “Pode deixar aqui o restante e depois pedir”. E isto resolve tudo, de facto, pois não há nada que nos dê maior prazer do que sair nuas do provador para pedir, por favor, as restantes peças.

Há já uns tempos que me deixei disto e decidi marcar uma posição: não me deixam levar, ficam ali mesmo com a mercadoria excedente (por muito que me doa a alma); nos dias maus, ficam mesmo com tudo.

Depois de algumas lojas de fast fashion em centros comerciais, decidi este fim de semana experimentar a sorte no Chiado e...é tudo a mesma chachada!

Oysho: só podia levar 6 peças, então disse à funcionária que ficavam ali e foi para o lado que ela dormiu melhor...aquilo não é dela mesmo, quem quiser que se preocupe!
H&M: 5 peças no máximo (porque 6 já deve ser uma promiscuidade valente ou um assalto tipo Casa de Papel) e, quando respondi que ficavam ali, a funcionária mostrou-se um pouco ofendida, após se ter disponibilizado para me dar as peças à medida que fosse experimentando. Ironicamente, gostei muito de um vestido que estava nas 5 privilegiadas que entraram comigo, mas precisava de outro tamanho...espreitei, não a vi...pedi à minha parceira de shopping para pedir o tamanho quando a encontrasse e a resposta foi...”não posso porque isso está no outro piso”! WTF?! Sendo a loja a mesma nos dois pisos, deduzo que o auricular que trazem espetado na orelha seja só para ouvir música... 
Pull & Bear: aqui decidi respeitar e levei 6 peças, resposta que dei à funcionária do provador quando me perguntou quantas peças levava. Atenção: ela perguntou e eu respondi (em português europeu) “SEIS”. Como devo ter ar de quem tem um extenso cadastro, a rapariga aproximou-se com ar desconfiado e confirmou uma a uma, antes de me dar a chapa da cela com o número 6. Quero acreditar que, no meio daquela situação, houve breves segundos de verdadeiro orgulho mútuo: ela por sentir que eu até poderia ser uma pessoa honesta, eu por perceber que ela até sabe um bocadinho de matemática, já que no português deixa muito a desejar...
Por fim, depois de mais uns quantos momentos destes, já no centro comercial Vasco da Gama, decidi ir a uma loja que não costumo frequentar, Cortefiel. Pensei que poderia ser diferente, até porque a loja estava quase deserta, mas foi mesmo a cereja no topo do bolo. Ainda eu estava a deambular e a escolher pela loja, quando uma funcionária se aproximou e perguntou-me se precisava de ajuda, mas com um de aparente preocupação. Disse-lhe que não, agradecendo, e eis que ela pergunta: “Sabe que só pode levar seis peças para o provador?!”. Fiquei com a sensação que já tinha snippers em vários cantos da loja comigo na mira à espera do sinal. Com os meus fígados já a entoar cânticos índios, fiz questão de levar mais de seis peças e pedi à minha parceira de compras que levasse o excedente. Chegando ao provador, a mesma funcionária perguntou quantas peças tinha. Respondi, agora sim de forma nada contente: “Seis! E ela tem o resto!”. A senhora hesitou, mas o seu instinto de sobrevivência prevaleceu e não quis arriscar a vida...ofendida, deixou-nos entrar e afastou-se para bem longe (provavelmente para me insultar). Desconfio que os snippers mantiveram as suas posições, em caso de eu decidir correr a qualquer momento com umas bermudas leopardo loja fora.

Aquilo que deveria ter sido terapêutico foi, na verdade, uma grande pilha de nervos. Infelizmente, o comércio fast fashion, na maioria dos casos, trata mal os seus clientes com as políticas que incute a funcionários que, em muitos casos, não têm perfil ou sensibilidade para estar no atendimento ao público ou simplesmente não vestem a camisola. E isto faz toda a diferença: não há trabalhos menores e maiores; há profissionais e empregados (=aqueles que são colocados no sítio X a fazer a tarefa Y e não passam disso). E depois há as políticas estúpidas das empresas que tendem a considerar preferencialmente cada cliente como um ladrão...até que este faça o pagamento. Às vezes, até depois disso, quando há um alarme que escapa...

E o mais grave é que nós permitimos.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

De regresso? Talvez.

Julgo que esta tenha sido a maior ausência de sempre.

Poderia referir as reviravoltas que a minha vida profissional deu nos últimos meses, que levaram à falta de tempo para escrever. Não estaria a mentir, mas também não seria a verdade no seu todo. Sei que este ainda será um dos assuntos que falarei aqui. Não hoje.

Na verdade, não sendo a primeira vez, andei um pouco perdida sobre o propósito deste espaço. Do que pretendia que ele fosse àquilo que ele deveria ser, perdi-me. E decidi, assim, afastar-me por uns tempos.

Este não é um momento de epifania em que descobri finalmente o sentido da vida. Nada disso. Este é o momento em que, sem saber onde isto vai dar, nem se vai alguma vez fazer sentido, eu tenho plena consciência do quanto gosto de escrever. E é por aqui que quero seguir.

Por isso, embora ainda vá retomar alguns “temas pendentes” que me dão gozo, tudo o resto será de coração (ou de estupidez natural). Sem obrigações e sem horários.

Desse lado, sintam-se à vontade para acompanhar, opinar ou apenas ignorar.




domingo, 11 de março de 2018

Operação #ataqueaocachalote - Mês 2

Pensavam vocês que eu tinha desaparecido, do género "não aguentei, desisti de tudo isto e fui ser feliz entre carbonaras e gelados do Santini"...
Pois é! Pela primeira vez, no meu histórico de tentativas, rumo ao terceiro mês!

Photo: Pinterest
Podia dizer-vos que isto está a ser muito fácil e que tenho sido hiper mega disciplinada. E estaria a mentir. Na verdade, enquanto estou no horário laboral, com trezentas mil tarefas a resolver para ontem, não é nada complicado. Durante este período, difícil mesmo é obrigar-me a fazer todas as refeições.
O problema surge quando chego à hora de descomprimir no conforto do lar: é bom que não haja nada à mão de semear ou transformo-me no Hulk (a curto prazo em temperamento, a longo prazo em tamanho)! É aqui que entra uma espécie de mindfulness alimentar em que me esbofeteio psicologicamente de forma violenta, enquanto repito o mantra: "Vá de retro, Cachalote! Sai deste corpo possuído!". Depois há todo um ritual de pensamentos motivadores que vão domando o animal, sendo que costuma ficar aniquilado na parte em que todo um closet me passa pela mente como se aguardasse cair-me que nem uma luva. E é assim que não deito abaixo meio quilo de lasanha, três fatias de bolo de bolacha e dois copos de tinto!
Na maior parte das vezes, isto tem resultado. Porém, claro que já houve uns deslizes... uma pessoa, por vezes, perde as forças, né?! E os resultados são reflexo disso...

Na quinta semana, consegui fazer desaparecer 900g. A partir daqui, eu sabia que a descida ia ser mais lenta, por isso não desanimei. O lema mantém-se: "seja o que for, desde que a descer, estamos bem". Entretanto, chegou o Carnaval e o Dia dos Namorados, que este ano decidiram partilhar a mesma semana para desgraça do pessoal. Não é que seja adepta destas comemorações, mas o Carnaval implica uma pausa do trabalho... e se o cachalote me apanha a coçar a micose, é certinho que vai tentar desgraçar-me! E assim foi: umas asneirolas e ganhei 700g na sexta semana. Pensei em dar tudo na semana seguinte, superar os erros e voltar à corrida. O problema é que, na semana seguinte, fui até Fátima e decidi colocar toda a minha esperança e fé naquela terra santa, por isso confiei que algumas asneirolas (poucas, é verdade) ali feitas estavam sob amnistia divina. Contei com um milagre e lixei-me correu mal: à sétima semana, perdi as 700g que ganhei anteriormente. Basicamente, foram duas semanas de caca. Como é óbvio, baixou em mim o orixá da desmotivação e estive quase para mandar tudo às urtigas...quando me lembrei que depois tinha de vos vir explicar que o cachalote levara a melhor [eu sabia que o vosso papel seria importantíssimo neste processo]! Foi com um misto de motivação e desmotivação que entrei na oitava e última semana do mês: perdi 200g. Não foi motivo para pulos de alegria, mas já dizia o povo que "grão a grão, enche a galinha o papo". Neste caso, desincha o papo.
E entramos em março a dar tudo!

Saldo das últimas oito semanas no #ataqueaocachalote: -6,8 kg!

Mais alguém na luta desse lado?!
Deixem as vossas questões, dúvidas, sugestões!

:)

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

8 Histórias de Amor no Dia de São Valentim.

Nunca fui grande fã do Dia dos Namorados. Como tantos outros, é um bom dia de marketing e vendas. Um dia para ter os restaurantes à pinha com mesas para dois, velas vermelhas por todos os cantos e ementas em que o bitoque passa a chamar-se "Mimos de Vitela em cama de 50 sombras de chips aromatizados com pétalas de rosa" (em sítios mais arrojados ainda acrescentam o ovo a cavalo ou qualquer coisa do género). E depois é apenas dia 15. E mais um ano normalíssimo pela frente.

Embora não seja uma entusiasta do 14 de fevereiro, aprecio que haja uma data a comemorar o Amor. Mas este deveria ser compreendido como algo maior e universal, que não coubesse apenas numa mesa para dois, com balões, peluches, flores e chocolates. Prefiro olhar para Fevereiro como o mês para pensar o Amor, na sua infinita dimensão. A partir do dia em que nascemos, tudo é Amor, se assim soubermos viver. O próprio São Valentim, santo que deu nome à data e cuja existência ainda levanta muitas dúvidas, foi exemplo disso: preferiu o Amor à guerra, escolha que o conduziu à morte. Ou, pelo menos, assim conta a história.

Fugindo, então, ao tradicional amor a dois, com corações e cartas de amor (ainda se escrevem?!), decidi deixar-vos 8 sugestões de leitura para comemorar o mês do Amor. Ainda que, mesmo assim, muitos outros exemplos fiquem a faltar...

1. "Tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas" ou "o essencial é invisível aos olhos" não são apenas citações bonitas a circular nas redes sociais. Fazem parte desta obra tão simples e tão grandiosa, que se tornou intemporal. Para ler repetidas vezes ao longo da vida. Para nunca esquecermos os pequenos gestos que fazem o Amor.


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2. Um clássico absolutamente delicioso das mãos de uma das manas Bronte. Li duas vezes, nunca vi o filme, mas tem lugar cativo na minha playlist o tema fantasmagórico da Kate Bush. A diferença de classes sociais continua a ser um tema recorrente na literatura. E fora dela.


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3. Um hino ao Amor. Àquele que nos faz feliz por dentro: o amor próprio. Aquele que nos faz lutar pelo que sentimos e acreditamos, mesmo com todo o sofrimento e preconceito que isso implique. Àquele que faz de nós um ser humano: o amor incondicional pelos nossos. Aquele que nos faz aceitar quando não compreendemos. Aquele que nos faz deixar ir quando queremos ficar.
Também vi o filme e vale tanto a pena.


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4. Este livro não li. Ainda. Mas não duvido que haja em cada receita muito Amor. De vez em quando encontro a Filipa na televisão e a sua energia e paixão pela cozinha, para além de serem mais que evidentes, são contagiantes. E eu sou daquelas que acredita que cozinhar é, sem dúvida, uma forma de amar. [penso o mesmo sobre comer, mas para já, neste contexto, o amor não abunda...]


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5. Li este livro algures na minha adolescência e, mais tarde, quando quis voltar a lê-lo não o encontrei. Sei que o faria agora com outro olhar, com outra atenção às pequenas coisas. Lembro-me que entrávamos, pela mão de uma senhora já idosa, naquilo que foi a sua vida, construída nos muros das convenções. Lembro-me da escrita: crua e desconvencionada. Lembro-me que, nem sempre, os casamentos são sinónimo de Amor. E vice-versa.


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6. Dizem que o Amor que os animais nos têm é mais verdadeiro do que aquele que praticamos entre nós, humanos. Não quero acreditar que assim seja, mas para já vou ter de acreditar. Nenhum animal é o pior do mundo - tal como nós, fazem as suas asneiras. No entanto, não somos "descartados" por isso. É aqui que começa um Amor maior e o seu compromisso.


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7. Gosto tanto de trabalhar esta obra com os meus alunos! É sempre um pretexto para voltar a ela e, na forma tão simples de Jorge Amado, falar de preconceitos e da verdadeira essência do Amor. Sem estereotipos, sem regras pré-definidas, sem julgamentos, num mundo que pertence a todos. É o que acontece quando um gato e uma andorinha se apaixonam...
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8. Fresquinho, fresquinho! Uma sugestão que ainda não tive oportunidade de ler, mas que sugiro sem receios (ou não fosse uma das leitoras atentas do Às 9 no meu blog). A Sofia é daquelas pessoas que, sem conhecermos, ilumina caminhos e inspira pessoas. Com pequenas palavras carregadas de significado, a Vida realmente pode ser bem mais simples do que aquilo que fazemos dela. E o segredo é apenas um: Amor.
Um Amor que se conjuga em tantos verbos, dando verdadeiro sentido à Vida.


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E na vossa lista de favoritos? Quais as grandes histórias de amor?
Deixem as vossas sugestões abaixo!

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Post em parceria com a Wook.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

É oficial: tenho uma Hater!

Fonte: Pinterest
Não podia deixar passar este momento histórico: descobri hoje que tenho uma hater! E blog que se preze tem que ter, no mínimo, um! Acho que a partir daqui o céu é o limite...

Na verdade, não foi diretamente no blog, mas sim na minha página pessoal do FB, mas é indiferente...diz-me respeito, há que celebrar!

Infelizmente, a noite passada foi uma daquelas que não desejo a ninguém. As minhas duas pestes de quatro patas decidiram desaparecer ao final do dia...e pernoitar em local desconhecido. Como é óbvio, foi uma noite de grande ansiedade e desespero para todos. Passámos a área a pente fino, incomodámos família, vizinhos, amigos, conhecidos e desconhecidos no local e através de um apelo nas redes sociais. As manifestações de apoio e partilha, online e offline, foram gigantescas e será sempre pouco qualquer agradecimento da nossa parte.

Mas tudo se torna melhor quando nos aparece um Hater. Basicamente, é uma pessoa que não manifesta qualquer apoio ou iniciativa na resolução do problema em questão e que, em vez de se remeter ao silêncio, decide largar considerações moralistas, alcançando assim um certo prazer com a desgraça dos outros. Ou seja, é um ser perfeito, mas tão inútil como um guarda-chuva aberto dentro de casa: não serve para nada a não ser empatar.

Eis que, entre os vários comentários daqueles que manifestavam a sua preocupação, surge então esta ave rara.

Fonte: Facebook
O que é que eu realmente precisava naquele momento de desespero?! Não era de partilhas do apelo feito, não era da preocupação e da disponibilidade de pessoas que queriam ajudar...nada disso!!! O que eu mais precisava era de alguém (fora do meu círculo de contactos das redes sociais) que me fizesse ver que tudo acontecera porque sou uma pessoa descuidada que tem sempre o portão aberto, apesar de  já ter sido avisada várias vezes (só não percebi se foi por carta registada, sms ou telegrama)!

De facto, devido a uma avaria elétrica, durante uns dias o meu portão ganhou vontade própria, o que permitiu às minhas pestes dar uma volta não autorizada pela vizinhança, mas sem preocupações de maior. Eu sei que a ideia de ser eu a deixar o portão aberto de propósito para eles darem de fuga, num ato de sadomasoquismo, é muito mais interessante, mas a verdade é esta. Um problema elétrico e eu uma grande naba em eletricidade! Como é óbvio, isto não era de conhecimento público e um verdadeiro hater fala sempre sem conhecimento de causa. De peito feito e alma vazia.

No momento, nem me apercebi do que tinha à frente, tal não era a novidade. De terras de sua majestade, chegou uma mensagem da minha irmã a elucidar-me: "tens uma hater"! Decidi, então, oficializar a coisa. Agora é aguardar que me volte a inspirar com a sua vida imaculada...

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Obviamente, a leveza com que falo assenta num grande alívio com o aparecimento das minhas duas pestes esta manhã. Isto, sim, é importante. Mais uma vez, um enorme Obrigada a todos os que não foram apenas um guarda-chuva aberto dentro de casa.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Operação #ataqueaocachalote - Mês 1

Não me lembro de um janeiro em que não tenha decidido fazer dieta como resolução de ano novo. “Desta é que é!” e efetivamente era mesmo...até meio do mês! Mais tarde ou mais cedo, acabava por ser controlada por um “eu” que não estava para aquilo e, por isso, vinha o “se me apetece, quero lá saber!”. E assim terminavam cerca de 15 dias de disciplina alimentar. No próximo ano pensaria novamente no assunto... E assim tenho contribuído, ao longo dos anos, para o meu “Fundo de Massa Adiposa a Longo Prazo”.

No final de 2017, assumi o meu verdadeiro estado de alma: sentia-me um verdadeiro cachalote!

Photo: Pinterest
Para não arruinar anos de tradição, no início de janeiro, lá dei o pontapé de saída à grandiosa operação #ataqueaocachalote. Mas, desta vez, era urgente mudar estratégias, por isso decidi duas coisas:
  1. Recorrer a um especialista.
  2. Partilhar convosco aqui no blog (quase) tudo.
E perguntam vocês (mesmo que não tenham perguntado): porquê?!
Em primeiro lugar, porque preciso de alguém que saiba o que está a fazer e me faça “picar o ponto”. Como é óbvio, isto só é possível se assim o permitirmos. Feita a vontade (ou melhor, tendo vontade), esta parte fica assegurada.
Em segundo lugar, há que ter vergonha na cara e é aqui que vocês entram. Ao partilhar todo este meu processo, inevitavelmente vou estar exposta - ter de assumir em público (espero que não!) que falhei, desisti ou sou um caso perdido dá-vos o direito de me cair em cima forte e feio e, quiçá, trazerem-me de volta ao bom caminho. Basicamente, quero minar-me de gente que me possa dar umas valentes chapadas (virtuais, por favor), caso o cachalote fale mais alto.

Posto isto, voltemos ao início.

A Inês. Ainda dezembro não tinha terminado, já tinha consulta marcada. Tendo em conta que a minha mãe já anda nesta aventura há algum tempo (com resultados brilhantes), decidi arriscar no mesmo sítio. E foi assim que conheci a Inês, oficialmente batizada como a minha “Guru da Nutrição”. Para começar, tirou-me tudo e mais alguma coisa para entrar em limpeza profunda. Pão, massa, arroz, vegetais, fruta, comida processada... Sabem aqueles estudos que defendem que a dependência do açúcar é bem pior do que a da heroína?! Tudo VERDADINHA!!! Quanto à heroína não sei, mas a ausência de açúcares e processados fez-me andar os três primeiros dias literalmente a ressacar: dores de cabeça, náuseas, fraqueza e vontade de matar meio mundo! O cachalote começou a revoltar-se e a tentar levar a melhor. Porém, a partir do 4.º dia, tudo passou e, até hoje, não voltei a ter nenhum destes sintomas.
Todas as semanas vou ter com a Inês para o controlo e ela faz um update ao regime alimentar. Hoje, já tenho direito a alguns vegetais (poucos), a pão (com algumas restrições) e na semana passada tive direito a alguma fruta (esta semana fui “castigada” nesta parte). O resto continua de fora e, sinceramente, não me tem incomodado. Apesar de muitos acharem que ando a passar fome (no refeitório ainda levo com uns olhares de pena pelo prato reduzido e sempre acompanhado de salada), a verdade é que ainda não houve um momento em que sentisse fome. Até porque, se assim fosse, o cachalote dava a volta por cima e o primeiro pacote de bolachas marchava em fúria. Nada disso.

A minha segunda estratégia - partilhar convosco - chega agora, quatro semanas depois, pois percebi que isto está controlado e acho que consigo aguentar este barco. A única coisa que ainda me incomoda um bocadinho é a massa, pois sinto que tenho uma italiana recalcada dentro de mim a ganir a toda a hora... Ainda assim, tenho resistido estoicamente! Só por isto, já merecia um spaghetti alla carbonara! (estou a brincar... quer dizer... sim, estou a brincar!)

Ora bem... e resultados?!
Na primeira semana, consegui arrumar com 2,7kg; na segunda semana, dei cabo de mais 1,3kg; na terceira semana, foram 300g (dá para perceber agora o “castigo” da fruta); esta semana eliminei 1,4 kg. É claro que, quando o número é grandito, a satisfação é maior, mas honestamente desde que limpe meia dúzia de gramas é sinal de que ainda estou no jogo. Sem pressas e a aprender - é este o espírito.

Saldo das últimas quatro semanas no #ataqueaocachalote: -5,7kg!

ATENÇÃO: não tentem entrar num desafio destes recreativamente e sem aconselhamento especializado.

Por aqui, todas as questões e sugestões são bem-vindas!!!

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Dos Não Assuntos: a H&M.

O que não falta por aí são manifestações acerca da polémica campanha da H&M. Esta é uma daquelas situações que eu considero ser um Não Assunto.

A marca lança uma campanha de vestuário infantil, onde surge um rapaz preto com uma camisola onde se pode ler "coolest monkey in the jungle" (= o macaco mais fixe da selva). A coisa "piorou" quando ao lado surge um rapaz branco com outra camisola onde se pode ler "official survival expert" (= especialista oficial em sobrevivência). E o mundo estremeceu.
Fonte: Google
Quando vi a imagem, achei os miúdos uns fofuchos e estilosos. E foi isto. Quando tomei conhecimento da polémica, lembrei-me do Manuel...

O Manuel era preto, como ele próprio dizia "puríssimo!", por ser tão escuro. Foi meu aluno, há uns anos, numa turma em que a maioria era branca. Estava sempre super bem-disposto, com a piada (inteligente) sempre na ponta da língua. Num dia de inverno bem escuro, fomos ver um documentário e, por isso, apaguei as luzes. Imediatamente ouvi: "Stora, assim vou ter de rir para você saber onde estou!". Rimos muito. Não dele, mas com ele. Respondi-lhe que não arranjasse desculpas para andar a fazer inveja aos outros dos seus dentes perfeitíssimos. [e eram. quem me dera!] Riram muito. Não de mim, nem dele, mas connosco. Este foi apenas um dos muitos episódios do Manuel. Não me lembro de alguma vez ter presenciado qualquer atitude racista ou mesmo de bullying. Fomos apenas dando ao preconceito o valor que ele merece. Zero.

Muitos foram os que consideraram esta campanha da H&M uma ofensa, a ponto de a marca desculpar-se publicamente e retirar a imagem. Compreendo todos aqueles que se sentiram ofendidos pela conotação da palavra "macaco". Sou branca (no inverno, sou um Beje 2; no verão, um Beje 3) e nunca poderei sequer imaginar o que essas pessoas sentiram, tendo em conta o historial de situações que eventualmente já viveram. Penso apenas que o preconceito existe como um parasita, sempre à espera de ser alimentado.

Voltei a olhar para a imagem e tentei imaginar um encontro entre aqueles dois miúdos. Provavelmente, falavam de plasticina ou dos legos ou dos jogos e nem sequer reparavam nas camisolas. Em reparando, provavelmente diriam "gosto mais da tua verde" ou "a tua laranja é mais gira". E, provavelmente, tentariam rapidamente ver-se livres de ambas, pois o que interessa é estar sem roupa a riscar paredes com canetas de feltro ou a chapinhar nas poças de lama.

A H&M lançou o parasita e as pessoas alimentaram-no. E com isto perpetuaram o preconceito.

E se ninguém tivesse comentado? E se aquela imagem tivesse sido "lida" apenas como a de dois miúdos fofuchos com camisolas (como tantas outras) coloridas? E se, ao lermos as mensagens das camisolas, apenas ríssemos muito... não deles, mas com eles?

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

A Escola.

Primeiro dia do segundo período e uma reunião de trabalho para abrir logo a pestana. Confesso que não fiquei propriamente entusiasmada. Principalmente quando soube a matéria que estava em cima da mesa: é urgente mudar a escola! Não que a mudança me assuste ou não compreenda a sua importância, mas pura e simplesmente porque já vi este filme várias vezes. Horas de reuniões, muitas ideias partilhadas, entre tantas outras queixas, e na prática... mais do mesmo. Porque é mais seguro (e confortável) seguir o manual, porque é mais fácil controlar o tempo de antena com o método do "cala-te, ouve e não olhes para o lado", porque é urgente justificar constantemente o nosso trabalho com números. E quando esta receita não corre bem, aponta-se o dedo ao aluno, aos pais, ao sistema, porque com 37 powerpoints, 57 fichas informativas, 85 fichas de trabalho e 2 testes por período, o professor fez o que pôde. Isto se guardou as evidências; caso contrário, temos o aluno, os pais e o sistema a apontar o dedo ao professor. É um verdadeiro campo de batalha.

Case Western University – Prototype Learning Spaces (photo: Pinterest)
Há uns anos, lembro-me de estar numa reunião a discutir a mesma questão: o que mudar? como mudar? Lembro-me de participar com algumas sugestões e, a dada altura, uma colega sorrir para mim e comentar: "Gosto de ver esse entusiasmo, mas daqui a uns anos isso passa-te". Foi como se tivesse levado uma chapada com cinco dedos bem abertos. Entristeceu-me a hipótese de ela estar certa. Entristeceu-me a hipótese de, um dia, ser eu a fazer aquele comentário. Embora tenha compreendido a mensagem, tenho feito daquelas palavras o meu alerta de perigo: de vez em quando é nelas que penso para fazer diferente, para fazer melhor. Experimentando, errando e aprendendo.

Ontem, a falta de entusiasmo acabou por ser vencida quando me apercebi da vontade de muitos em mudar. Não sei se é apenas sorte de estar numa escola com uma atitude proativa em relação ao ensino que a sociedade hoje exige ou se realmente já existe uma preocupação global com o estado obsoleto em que isto está. Bem sei que a verdadeira mudança nas escolas, entre outras coisas, implica dinheiro (que não há) e estabilidade no corpo docente (que não há). Mas, até onde nós podemos ir, não há espaço para se fazer tanto?

O brainstorm que fizemos ontem partiu do visionamento deste vídeo, que já circula há um ano nas redes sociais. Partilho, pois acho que em poucos aspetos diz tudo.

Importa repensar o ensino a partir dos adultos que queremos ter no futuro.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

2017, o balanço.

Como todos os anos, este também teve os seus bons e maus momentos, não tendo sido propriamente um ano memorável. Ou melhor, será recordado como o ano da nova casa ou o ano de nascimento do Snow, mas pouco mais que isto. Houve uma espécie de "equilíbrio contraditório": em determinados aspetos sinto que foi um ano importante de construção e mudança, noutros sinto que estou exatamente onde estava, como se tivesse deixado passar mais um ano em vão. 

+ Mudei de casa. Foi o grande projeto deste ano e valeu muito a pena. Das nossas mãos nasceu um espaço para todos os que cá vivem e para os que cá vêm. O nosso pequeno paraíso para a vida.

- Não viajei. Já sabia que este ia ser um ano dedicado às raízes e não aos voos, por isso não é surpresa que este ano as viagens tenham ficado em standby. Embora tenha sido uma escolha consciente, fez (muita) falta.

- Cozinhei mais (e melhor). E descobri na cozinha um espaço terapêutico. Novos alimentos, novas experiências e muitos sabores. Desde que não seja uma obrigação e à pressa, a magia realmente acontece.

- Ouvi pouca música. Na verdade, na última metade do ano, a minha playlist ficou a ganhar bolor sem atualizações e as (boas) novidades musicais passaram-me um bocado ao lado. Mas se o panorama musical ficou circunscrito aos "esfrega, esfrega" e Mc's da moda, então foi melhor assim.

+ Voltei a ouvir rádio. O trânsito, que é algo que abomino e com o qual tive de voltar a viver desde final de outubro, teve este (único) aspeto positivo: fartinha de uma playlist desatualizada, voltei a ter por companhia as manhãs da M80, com a Vanda Miranda.

- Falhei o Reading Challenge 2017 da Goodreads. Propus-me à humilde meta de 12 livros, mas apenas completei 8 deles (e alguns duvidosos). Uma vergonha a não repetir.

+ Comecei e acabei duas grandes séries. Uma já antiga, How I met your mother, que me levou até aos tempos de Friends e me fez panicar naquele último episódio (ainda em superação); outra mais recente, felizmente com muito ainda para ver, e que foge um bocadinho às minhas preferências: Stranger Things.

- Raramente fui ao cinema ou ao teatro. E das poucas vezes que fui [confesso de olhos postos no chão], adormeci algumas vezes. Cansada e a emburrecer!

+ Tornei-me mais saudável e fiz exercício. Li e aprendi muito sobre nutrição. Adotei alguns hábitos paleo e disciplinei-me, de forma a que o exercício começasse a fazer parte da minha rotina. E consegui. Resultado: senti-me melhor e emagreci.

- Tornei-me menos saudável e mais sedentária. Especialmente nos últimos meses do ano, deixei o stress e as novas rotinas apoderarem-se do meu tempo. Voltei a ter uma alimentação péssima e sem horários. Voltei a passar horas sentada a trabalhar ou no carro. Resultado: sinto-me uma lástima e engordei.

+ Voltei à escola pública. O espaço para criar e fazer diferente é enorme. O público alvo é diversificado e tem sede de dinamismo. Gosto de desafios e é bom estar de volta.

- Voltei à escola pública. E descobri que não está tão mal como a deixei há cinco anos: está bem pior! A classe docente continua instável, a burocracia cresce pelas paredes, as aulas não são apelativas e os alunos andam à deriva sem saber muito bem o que andam ali a fazer.

+ Trabalhei com os melhores. Dos colegas aos formandos, é de louvar o ambiente de boa disposição e o espírito de equipa. Só assim foi possível ultrapassar os obstáculos que foram surgindo. E só por isto não me lembro agora de nenhum.

- Não dei ao blog a atenção merecida. Ainda assim, foi um ano com alguns convites e ofertas, que me deixaram muito grata. Merecia um pouco mais. E eu também.


+ Fui feliz. Tive sempre por perto a família e os amigos. Estamos cá. Estamos bem. E é por isto que, apesar desta sensação de estagnação, estou grata.

Agora é avançar para 2018!
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