sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sítios com Poesia...e História

Embora já tenham passado alguns dias, não podia deixar de falar do último fim de semana em "modo mete nojo". Isto de laurear a pevide é muito bom, mas há que trabalhar e, por isso, houve aqui um delay de novidades...peço imensa desculpa, meu estimado e (bastante) reduzido público!

Pois bem... no último fim de semana, lá rumei até à vila de Paço de Arcos para conhecer o último empreendimento do grupo Vila Galé, nomeadamente o seu primeiro hotel 5 estrelas, inaugurado em 2013: o encantador Palácio dos Arcos. 


[Se não gosta de História, pode passar ao parágrafo seguinte, assinalado com uma seta... embora pareça uma atitude pouco culta e inteligente, tem esta opção...]


Muito rapidamente...

O Palácio foi construído no final do século XV e, segundo consta, tinha como hóspedes frequentes D. Manuel I (que se tornou 14º rei em jeito de Euromilhões...daí ser O Afortunado) e a sua filha Dª Maria, que sinceramente não sei qual delas era, pois o Realíssimo teve 2 Marias, no meio de 3 casamentos à espanhola e 13 descendentes. Ou nuestras hermanas sabiam-na toda ou o Realíssimo era realmente muito afortunado. Adiante...Ele ia para lá, ao que parece, ver partir as naus dos descobrimentos numa de Mourinho a estudar a equipa. E, assim, ficou a vila conhecida por Paço de Arcos. Entretanto, já alguns historiadores vieram dizer que não é nada assim...
Enfim... O Palácio é reedificado no século XVIII, depois Dª Teresa Eufrásia de Meneses cria o morgadio de Paço de Arcos (ou seja, assegurou que a malta nobre, ainda que falida e recalcada, não perdia os direitos sobre o património ao longo das gerações... para darem uma de gente famosa nas festas de verão no Algarve), a família Lencastre fica com o Palácio mais tarde, nisto o pessoal vai morrendo e, pimba, acabou entregue num estado deplorável de conservação (provas) à Câmara Muncipal de Oeiras (o próximo na linha de sucessão era o Isaltino, mas preferiu mudar-se para a Carregueira).
Final da História: concurso para ver quem largava o pilim e recuperava o edifício; o grupo Vila Galé chegou-se à frente e lá esteve um ano e pouco a dar vida novamente ao património e agora há que recuperar o investimento.

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Tendo em conta o conhecimento e experiência que tenho dos hotéis Vila Galé (e já são alguns...penso que já merecia uma oferta simpática para conhecer, por exemplo, quiçá, porventura, os do Brasil...), pouco há de negativo a apontar. E, no caso do Palácio dos Arcos, estão realmente de parabéns!

Primeiro: é um sítio com História, logo eu gosto.


Segundo: decidiram dar-lhe o tema da poesia na sua reconstrução, logo eu gosto muito. Todos os pormenores são fantásticos e todos os espaços são de parar e respirar leituras, pensamentos. Fantástico! Os quartos batizados com o nome de grandes poetas e com uma decoração que só atrai boas energias. A título de curiosidade, o nosso Fernando Pessoa mora no quarto 106...

Terceiro (e este costuma ser dramático e alvo de grandes crítica): o pessoal está à altura do espaço, muito atencioso, e o serviço é muito bom. Recomendo o serviço de chá da Rainha para um lanche muito Real... Apenas um apontamento menos positivo: a qualidade dos sumos naturais do pequeno-almoço. Há que ter atenção, maltinha da nobreza... com a fruta, o cuidado é redobrado, pois nem sempre pode estar em condições... Se o D.Manuel e a sua (ou não) Maria gostavam do azedume, eu nem por isso (esta só entende quem leu a parte da História...).

5 estrelas para o novo 5 estrelas da Vila Galé!
Dá vontade de voltar...




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Post sem contrapartida publicitária, suportado apenas pela minha real gana. Trabalho de formiguinha.

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